O Corpo Sujeito na Dança Integral é dono de si, ele tem um poder político, ele sabe se relacionar e organizar o mundo a sua volta. Ele se relaciona escutando, falando, percebendo e propondo diálogo a partir da sua corporeidade. O corpo sujeito pertence a nossa época.
No trabalho de ensino da Dança Integral eu coloco o sujeito como centro e protagonista da sua própria experiência. Da minha experiência prática como artista da dança e professora, acredito que um corpo sujeito que constrói sua dança tem possibilidades de escolher na adolescência ou fase adulta o caminho que quer seguir, ou seja aprendendo uma técnica mais específica corporal ou cênica para seguir uma profissão nas artes ou um esporte ou ainda simplesmente levar sua experiência para sua vida em qualquer outra área de conhecimento ou profissão.
Nesta perspectiva, o método exerce seu papel que vai muito além da dança como estética, mas oferece a construção de um corpo sujeito que sabe exercer micro-políticas no seu cotidiano. A dança como linguagem faz sentido quando comunica algo para com a sociedade exercendo assim micro-políticas sociais.
Dança Integral é um método que propõe um caminho de experimentação, apropriação e desenvolvimento técnico do movimento, a partir da pura potência do corpo sujeito.
Na Dança Integral o sujeito é o protagonista de seus experimentos na descoberta de um corpo que dança. O corpo que dança nesta perspectiva deve expressar os sentidos da alma ou do espírito, ou daquilo que ele é feito, ou o que torna vivo como explica Aristóteles em Da Alma “A alma é o acto primeiro de um corpo orgânico” , este conceito aplicado ao método da Dança Integral é a pura potência na exploração do que constitui realmente a dança como linguagem.
A pura potência seria então a expressão da verdadeira essência do homem, aquilo que dá acesso à liberdade e à moral, como define Aristóteles, “ apenas aplicável ao Homem, a alma tem uma função ‘intelectiva’, a qual conduz a um sentido espiritual e metafísico, surgindo assim como a verdadeira essência do Homem, aquilo que lhe dá acesso à liberdade e à moral.”
Texto de Valéria Franco